Quando eu conheci o Cupido que existe na minha vida, por tudo o que me foi dito, a ideia que tinha era de um gaijo desprendido, sem amarras amorosas, um porreiro sem vontade de romantismos. Mas nós sabemos que as gaijas podem ser, e são, extremamente tendenciosas, principalmente quando fizeram merda que chegue com um gaijo e não têm grande vontade de assumir. Como eu costumo dizer, numa relação há sempre 3 versões da mesma história: a dele, a dela e a do que realmente se passou. A última nunca é sabida por ninguém. Por vezes, nem mesmo pelas 2 pessoas envolvidas.
Neste caso, eu tinha, e tenho, uma única versão: a dela. À medida que o tempo avançou, também os detalhes do que se havia passado, foram sendo desvendados. Nós, gayjjas, temos o condão de manipular versões de tal forma que até nos convencemos a nós mesmas que fomos injustiçadas. Mesmo quando enganámos, traímos e abandonámos. Eu, sinceramente, acho esta nossa capacidade fascinante. Alguém deveria escrever um tratado sobre a mente feminina. Alguém que, como é bom de ver, iria acabar num hospital psiquiátrico. Mas podia ser que o seu sacrifício ajudasse a lançar alguma clarividência sobre este tema fascinante.
Mas adiante, voltemos ao Cupido… Desde a semana passada, eu comecei a concluir que o meu Cupido nada mais é do que um romântico incurável (daí o nome). Eu achava que para ele toda esta história era uma brincadeirinha, um gozo. Hoje, acho que estamos perante um sucker for love stories capaz de fazer coisas que eu não faria pela minha melhor amiga em nome dessa coisa a que alguns chamam luzes a piscar em formato de coração e tom rosa. E o mais engraçado é que o faz pela outra parte. Não por mim. Aliás, eu ainda tenho para mim que eu devo ser vista, por ele, como a má da fita. Mas, justiça seja feita, se é esse o caso, nunca ele me disse nada. Aliás, tudo o que ele me diz é camuflado por boa disposição e brincadeira, mas sem nunca esquecer de put on a good word pelo amigo.
E a mim dá-me vontade de rir. Eu já dei muitas e boas gargalhadas à conta do meu Cupido e dos seus planos atabalhoados que entregam sempre os objectivos da outra parte. Eu já o vi de sorrisinho realizado quando alcançou os seus objectivos. Já o vi bater em retirada quando a coisa deu certo. E agora, vejo-o voltar à carga imbuído do espírito de missão a tentar salvar o dia.
Eu achava que tinha 2 Hello Kitties na minha vida. Duas gaijas que suspiravam e viam luzinhas e coraçõezinhos em todo o lado. Mas agora acho que tenho 3. Sendo que uma delas tem perto de 1m90 e pila! E o que é mais grave: eu desconfio que esta Hello Kitty disfarçada de macho tem um plano. E eu temo sempre quando as HK's elaboram planos. Tem a ver com aquela minha veia de Coiote em perseguição do Bip Bip...
*E digo-vos mais... (E ainda bem que a minha amiga não lê este blog...) O plano nunca foi completamente altruísta. E se ela lhe desse uma chance, talvez descobrisse isso mesmo... Mas isto sou eu que levo com as setas dele várias vezes por semana e já topei que ele gosta é do amour, toujours l'amour...

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