quinta-feira, 19 de maio de 2011

Picolé e Ice

Picolé viu-me sentir mal naquele dia. Ajudou-me quando eu me ia estatelando no chão, foi chamar a avó à casa ao lado e sentou-se ao meu lado, no escuro, quando eu não me consegui levantar. Eu nunca lhe escondi nada e também não lhe escondi isto. Talvez seja errado ser absolutamente franca com ele mas acho que ele me merece esse respeito. Mas essa honestidade também tem o seu preço...

Anteontem, quando fui à mezzanine/escritório/quarto da bagunça, desço as escadas para encontrar o dedito espetado de Picolé no fundo das escadas:

Picolé: Tu não devias ir lá acima sozinha!
Ice: Porquê?
Picolé: Porque não. É perigoso.
Ice: Mas a mãe sempre foi lá acima sozinha...
Picolé: Mas não devias... (silêncio)
Ice: Tens medo que eu me sinta mal?
Picolé: Pois. Podes ficar tonta, outra vez, e cair nas escadas, não é? Não vais lá acima sozinha!

Lá lhe expliquei que agora já não tenho tonturas e que nada me vai acontecer e que foi só aquela vez (espero eu!). E não consigo deixar de pensar que a coisa que me causa mais medo - por não saber o que o futuro me reserva, por ter medo todos os dias de que algo lhe possa acontecer, por... por... por... - é também a coisa que mais me faz sentir segura. Para isso basta ver que eu nunca tenho medo de estar sozinha em casa quando ele está comigo. É uma parvoíce, eu sei, mas só ele estar comigo faz-me sempre sentir mais segura. Mesmo quando ele era apenas um besnico de gente...

1 comentário:

sem-se-ver disse...

quando te digo que 'tens de cumprir' nem é tanto em ti que penso - é nele.

entendeste?