segunda-feira, 1 de julho de 2013

Crónicas de amor em África - Joe le taxi


Ao fim de 72h estou perfeitamente integrada na paisagem. A música que me entra pela janela já não me causa qualquer estranheza. O meu subconsciente já sabe que a coisa oscila entre o kuduro, o Hotel California ou qualquer outro sucesso de há 30 anos atrás. Posso assegurar que ainda não ouvi o Opaganastai (versão lá de casa do Gangnam Style). Neste momento, acabei de ouvir esse grande êxito moderno que é o Joe le taxi da Vanessa Paradis. 

Almoçámos num restaurante que vende comida a peso mesmo no centro de Luanda. A clientela oscilava entre executivos de fato e gravata e estudantes com os seus iPads e os boxers à mostra.

Quando saimos, dou comigo a fazer o meu primeiro comentário racista: Oh pá, levaste-me a um restaurante cheio de brancos!

Senti os olhos dele nas minhas pernas cuja a cor já me granjeou o epíteto de Branca de Neve e o sorriso mordaz ao dizer: Pois...

Qua fazer? Ao fim destas horas todas, eu sinto a africana que há em mim ao vir ao de cima e o que eu estranho mesmo é ver brancos à minha frente!

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