Já fui assim, mas deixei de ser.
Há uma certa inocência que nunca devíamos perder, por maiores que fossem os desenganos, porque é uma pureza que nos mantém próximos das crianças que fomos, próximo de um tempo em que éramos genuínos e não carregávamos as cicatrizes que nos endureceram o coração.
Agora, tenho momentos em que não me reconheço, debaixo da capa de cepticismo que certos dias me veste.
No fundo, sei-me cobarde, porque tenho medo dos ferros em brasa que já me rasgaram, tenho medo das mentiras que em dias maus fazem eco dentro de mim e corto-me com os estilhaços das confianças quebradas.
Hoje, tudo o que mais desejo é sentir-me restaurada de dentro para fora. Quero as minhas cicatrizes saradas, quero acreditar, voltar a ter certezas e a sentir-me invencível, para me dar outra vez e para me encontrar."
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