quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A minha avó e os estupefacientes - 2

E depois, houve aquela altura em que era a avó que andava a agir de modo estranho. Muito se ria aquela mulher. Não o riso normal. Mas uma coisa coquete e despropositada por tudo e por nada. Eu e a minha irmã já a andávamos a topar, mas o que poderíamos fazer?

A gota de água chegou no dia, em que acabadas de chegar do supermercado, estávamos a arrumar as compras. A avó estava de cócoras a arrumar os legumes na gaveta de baixo do frigorífico. De repente, começa a rir. Don't ask. Não faço puto de ideia porque raio se ria ela. A alface não era assim tão hilariante. Com o ataque de riso, cai para trás. Mas sem sair da posição de cócoras. Ali fica uma avó, de pernitas flectidas mas na horizontal, a rir que nem uma maluca que ninguém a conseguia por em pé de tanto que ela ria.

Aqui abespinhei-me eu (somos abespinhadeiros, lá está...). Larguei a cozinha, entrei disparada na sala de dedo em riste para incutir na cabeça de senhor meu pai, filho de senhora minha avó, que esta estava mocada. Yeahhh, pai. A avó está pedrada. 

Devo ter sido tão veemente no meu discurso que no dia a seguir a levaram ao médico. Aparentemente, 2 médicos diferentes tinham-lhe dado medicação que não devia ser combinada, daí a moca da senhora.

Para grande pena minha e de sister, nunca conseguimos descobrir qual era a combinação que dava aquele efeito. Só naquela de curiosidade científica, obviamente...

2 comentários:

Rita Camões disse...

uma abuelita high é muito à frente:D

Rosa Negra disse...

Da próxima vez que a minha mãe começar a dançar sozinha na cozinha (sem música) vou-me lembrar disto...
(já me fartei de rir)