quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Idiossincracias do coração


O meu bouquet foi encomendado 3 dias antes do casamento causando uma apoplexia à florista que se saiu com um "tu és muito à frente!" e passámos logo a tratar-nos por tu.

Eu não conhecia a Xana nem sabia o nome dela. Aliás, eu nunca a tinha visto na vida mas já tinha ouvido falar dela. Não no sentido de ser a melhor florista do mundo e arredores. Mas no sentido de ter sido ela que fez todos os ramos de flores que aquele que ia ser meu marido me tinha levado aos hospitais ou tinha comprado durante as minhas convalescenças. A Xana tinha arranjado cada flor que me foi levada para me animar enquanto a vida me sorria menos. Na minha cabeça era claro que isso era injusto. Ela só tinha acompanhado as fases más. Ela só conhecia a cara séria e preocupada do homem com quem me ia casar, Portanto, para mim era claro quem me iria fazer o bouquet para um dia feliz! 

Se eu sabia se ela sabia fazer bouquets de noiva? Mas é que não fazia a mais pálida ideia. Mas não estava minimamente preocupada. Eu ia levar um bouquet feito por ela mesmo que fossem 2 flores murchas presas com um clip!
Como não estava nada preocupada com o resultado, 3 dias antes pedi ao gaijo para me levar lá e nos apresentar. Disse-lhe mais ou menos o que tinha pensado e dei-lhe absoluta liberdade para o que quisesse fazer para além disso. Eu vi o meu bouquet 4 horas antes do casamento e só porque ela me pediu que, pelo menos, fosse eu a ir buscá-lo para o caso de querer fazer alguma alteração. Não mudei nada. E, honestamente, não poderia ter pedido bouquet de que gostasse mais...

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