domingo, 16 de março de 2014

And sometimes it is just plain revenge

Se tu fores ao armário dos medicamentos e tomares um nolotil, passa-te a dor que te incomoda. Se eu for ao armário dos medicamentos e tomar um nolotil, desencadeio uma reacção alérgica que me transforma num pequeno monstro.

Nós não reagimos da mesma forma às mesmas coisas. Aquilo que me magoa e me perturba a mim não é necessariamente o mesmo que te magoa e perturba a ti.

Se tu fazes algo que, nos meus cânones, não é algo que me perturbe ou fira, eu não penso automaticamente que isso me confere o direito de fazer igual.

Em primeiro lugar, porque eu não acho que isto seja uma competição e "ai se tu fizeste, eu não me fico que eu não sou gaija de me ficar". Não faz mesmo o meu género. Independentemente de quão ferida esteja.

Em segundo lugar, porque mesmo que esteja para aí virada, pondero até que ponto isso te afecta a ti. Até que ponto, segundo os teus padrões, isso é coisa para te magoar. Porque, lá está, o facto do nolotil não afectar uma pessoa, não quer dizer que não desfigure outra. E, em sendo algo, que te "desfigure", segundo os valores (talvez distorcidos) porque me rejo, não é pagar na mesma moeda. Embora o facto seja análogo, os resultados são muito diferentes.

Talvez as relações tivessem percursos muito menos fatais se as pessoas deixassem de pensar que se deve viver pela lei de Talião. É que há quem tenha dentes grandes e fortes e, em calhando, mais um menos um não é coisa para fazer mossa. Já para aqueles a quem só lhes resta um par de caninos, se calhar, o que vêem com dois olhos conseguem ver só com um. Digo eu...

 

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