Consigo imaginar-me um ser amaldiçoado que esperava que surgisse um homem que o salvasse da praga que pairava sobre a sua cabeça. E sentada na minha imensa poltrona oferecida pelo rei, aguardava, todos os dias, que aquele que viesse, fosse aquele que não partisse. No entanto, todos os que me visitavam, sentiam-se compelidos a partir para o mais longe que pudessem alcançar. E eles chegaram a África, Ásia, às Américas. Cada um que vinha, ficava sedento para ultrapassar o anterior.
E foi por minha causa, pelo facto da minha praga, numa outra encarnação, nunca ter sido quebrada, que Portugal e Espanha dividiram o mundo ao meio em 1494.
O que me aconteceu, numa outra encarnação? Se continuei sentada na minha imensa poltrona? Bem, todos nós sabemos que há pragas que atravessam os séculos.
Agora, não há é reis que ofereçam poltronas imensas.
Sem comentários:
Enviar um comentário