"Perhaps when we find ourselves wanting everything, it is because we are dangerously close to wanting nothing."
(Sylvia Plath)
Alguém me mandou este link do texto do Fernando Alvim, hoje. Eu li e pensei que, sim senhora, gostar é isto mesmo. "Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro." Mas depois pensei: Espera lá, Ice Maria, que a coisa não é bem assim...
A nossa 'bagagem emocional' impede-nos de viver, na maioria das vezes, estes sentimentos de forma tão aberta e condicional. Nós podemos até querer, mas damos por nós a ser a primeira parte do texto. "...existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto." Damos por nós a boicotar a coisa à partida porque " - aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu." E depois torna-se um ciclo vicioso. Como calhou cocó, da próxima boicotamos ainda mais.
Eu sei bem disso. A minha disponibilidade para responder prontamente a mensagens ou telefonemas ou para correr para braços abertos diminuiu significativamente desde há 2 meses. E, por sua vez, o meu envolvimento com o Mr. Big foi boicotado, por mim, durante meses porque já antes tinha calhado cocó com and so on... And so on...
Portanto, Sr. Alvim, eu gostava muito de concordar e agir em conformidade com este gostar, mas sinto que a vida já nos/me moldou de tal forma que a simples ideia desse gostar de alguém é coisinha para nos acagaçar irremediavelmente.
2 comentários:
Ice Maria, tu toma juízo, rapariga. Podes gostar da poesia da Sylvia Plath que, aliás, é muito boa, mas não a tomes como um bom exemplo noutras coisas... Entendes-me Ice Maria?
Agora esse Mr.Big, é casado, padre jesuíta, gay... Que merdas é que ele faz ou fez para te deixar de coração partido?
De certeza que perdi alguns episódios da novela...
Joana
Joana, a Sylvia Plath é uma referência literária. Não tenciono tomar como exemplo a sua veia suicida se é a isso que te referes.
Quanto ao que fez ou deixou de fazer, esquece lá isso. Toda a gente sabe que a novela só acaba quando toda a gente está feliz. Portanto, se perdeste episódios, não te incomodes. Fica para a assistir aos próximos.
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