segunda-feira, 13 de junho de 2011

Season Finale

Era um teste. Este fim-de-semana era um teste. Aliás, eram 2 testes. O mais duro era a mim mesma. Voltar ao local do crime. Dormir sozinha na cama onde nunca o tinha feito. Arrumar a casa, literal e figurativamente, e fechar a porta.

Assim que cheguei, só tinha vontade de correr de volta para donde tinha vindo. Lembrei-me de quando o meu pai morreu e eu larguei tudo e fiz 300kms porque só pensava em abraçar Picolé. Na quinta-feira, era só o que me apetecia fazer: abraçar Picolé. Eu não queria entrar naquele quarto, eu não queria ir jantar, eu não queria sorrir. Queria, pura e simplesmente, pegar no saco que tinha acabado de pousar e ir para casa. A ironia? Aquela rua já foi o sitio para onde fugia. A minha casa, o meu refúgio já foi ali.

Não fugi. Fiz tudo o que me propus fazer. Enfrentei os fantasmas como pude e sai de cabeça erguida. Sorri, encantei, ri, disfarcei e sobrevivi.

O segundo teste era um teste de personalidade. Não à minha que essa anda bem e recomenda-se, obrigada. Mas esse, quem tinha que o fazer, chumbou redondamente. O resultado desse, foi o esperado, não o desejado. Ninguém gosta de descobrir que se anda a lamuriar e a sofrer por um cobarde. Essas coisas deviam vir tatuadas nas pessoas. Com letras grandes e em bold como os avisos nos maços de tabaco. E para mim foi o fim. Chega a um ponto em que nós dizemos 'chega'. Em que decidimos que basta e nos retiramos airosamente ainda que isso nos doa e nos corroa. E esse momento chegou. Não na primeira vez que em que eu disse 'para mim chega' este fim-de-semana. Essa primeira vez foi apenas a preparação para o que eu sabia/sentia que ia acontecer. Foi mais tarde. Foi naquele momento em que ela me segurou a mão por cima da mesa e eu vi, como se assistisse de fora ao desenrolar da cena, uma mulher fantástica, vestida de forma a já ter virado algumas algumas cabeças até chegar a essa mesa, a segurar as lágrimas (essas cabras que se dizem minhas irmãs têm este condão de rebentar diques em mim). Esse foi o meu momento "chega". Esse foi o momento em que o mundo faz uma pausa e temos a certeza que se a outra parte é incapaz de ver a pessoa fantástica que somos é porque não nos merece e, definitivamente, não merece as nossas lágrimas. Nada está realmente terminado até esse momento.

Coisas que me aborrecem nisto? 

Não saber se estive mesmo apaixonada ou se tudo isto é resultado de orgulho ferido. Não me ter sido dada oportunidade de descobrir isso...

Não perceber porque raio andou o Universo a brincar durante 9 ou 10 meses comigo para depois, quando eu cedo e decido dar uma oportunidade à coisa, dar nisto. Fónix... O senhor lá de cima não devia andar ocupado com coisas mais importantes? 

E, por fim (e eu sei que isto pode não parecer importante, mas eu nunca me tentei passar por intelectual nem nada disso), refode-me conseguir lembrar-me do cheiro e do corpo dele mas não me conseguir lembrar se é dextro ou canhoto. Óh pá, fico fodida, pronto.

E isto, meus amores, é o que temos. Esta série, como qualquer grande série, termina mais uma temporada e vai entrar em férias de verão. Todos nós sabemos que no fim da temporada morre sempre um ou outro actor que não vai entrar na próxima época. Como argumentista desta, opto por colocar Mr. Big num avião para Londres (sim, gosto de finais irónicos. So what?). Um jacto particular que não me apetece matar muita gente. Vê-se a aeronave a descolar. É fim do dia. Quando o avião está ainda em trajecto ascendente em direcção ao pôr-do-sol, um dos motores incendeia-se. O avião inclina para a direita. O outro motor começa a fumegar...

Fade Out.

THE END

Sem comentários: