sábado, 30 de abril de 2011

Se ao menos parasse de chover...

O homem com quem eu enganei uma mesa inteira de gaijos num jogo de poker está, neste momento, a morrer. O este momento não é uma forma de expressão. É mesmo a realidade. Pode ser daqui a um minuto, uma hora ou uma noite. Mas não há qualquer esperança de mais. Nem esperança nem vontade. É que o homem que pegou no meu filho ao colo e a quem o meu filho também chamava avô, está a sofrer os mesmo horrores que o verdadeiro avô sofreu. E eu entendo a filha tão bem quando me diz que só queria que ele tivesse um botão para o desligar e acabar com tudo.

O homem que sorria marotamente enquanto limpávamos as fichas dos outros gaijos todos numa mesa de poker, provavelmente, não passa dos próximos dias e eu só consigo pensar que a vida é demasiado curta para eu me chatear. Demasiado curta...

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