terça-feira, 5 de abril de 2011

Obrigada, Bagaço, por me fazeres sentir sedutora quando ando com a auto-estima de uma barata estrábica


Há uns 3 anos - Picolé teria uns 2... - numa pastelaria, sentei-me numa mesa e na mesa ao lado senta-se uma velhinha (não sei que idade tinha, mas tinha estado casada 52 anos com o mesmo homem e era viúva há 12…). A criaturinha pequena que estava comigo começa a lançar sorrisos e 'xaus' à senhora. A senhora a derreter-se. Às tantas, a empregada traz a torrada da velhinha. A míni-gente salta da cadeira e diz: "Oía, mãe. Pão. Xau." E vai abancar na mesa da senhora.

Eu tentei tirá-lo, disse-lhe que lhe comprava uma torradinha, a velhinha vira bicho (a capacidade que estas avozinhas têm de nos pôr no lugar!): "Mas é que nem pense nisso! Deixe o menino. Vamos comer a torradinha que dá bem para nós 2! Fazes-me companhia."

E lá ficou ele palrando com a senhora enquanto dividiam a torradinha e ela me contava a história da vida dela. Quando acabaram o pequeno-almoço, ele salta para cima da mesa, pespega-lhe um beijo e um sorriso e seguimos a nossa vida.

Eu não sei se teria feito o mesmo com toda a gente, mas com uma velhinha só, não fui capaz de rejeitar porque ela queria companhia. Sempre tive esta mania de imaginar a vida das pessoas e aquela imaginei-a como a senhora que toma o pequeno-almoço sozinha todos os dias e que naquele teve um principezinho que se enamorou dela.

Se com isto quero dizer que sou boa pessoa? Não. Não sou. Mas nem todas as pessoas más são más em todos os momentos.

2 comentários:

Rosa Negra disse...

O Picolé nem imagina os sorrisos que já me arrancou.

Iceberg disse...

Ele sorrisos arranca-nos... E quando não são sorrisos, somos nós que arrancamos os cabelos!

;)