Eu ando desde ontem à espera que o céu me caia na cabeça. Eu já cheguei mesmo a sentar-me sozinha, em silêncio, e a dizer a mim mesma: Agora, chora! Trataram-te mal, como nunca tinhas sido tratada, chora! Nada.
Iceberg... Eu escolhi o nome por causa desse dia. Pela minha incapacidade de sentir fosse o que fosse depois de levar uma tampa de um homem. Essa foi a primeira tampa que o Mr. Big me deu. O homem que me fez assumir o nome de um bloco de gelo foi o mesmo que eu acreditei que seria capaz de o derreter. Curiosamente, parece que ao agir como agiu, tudo o que conseguiu foi impedir que o coração de gelo se partisse, mantendo-o preservado no seu Iceberg gelado, intacto e inatingível.
Eu bem continuo à espera da vontade incontrolável de chorar, mas tudo o que sinto é uma desilusão imensa, uma pena imensa por pessoas que vivem vidas pela metade e raiva... Muita raiva. Porque estas merdas tiram a uma gayjja a capacidade de acreditar. Há um episódio no Sex and the City em que a Samantha se envolve com um homem que é depois descrito como "He's the kind of man who faked a future to get what he wanted in the present". E isso é tão desnecessário. A mentira, a hipocrisia... Para quê?
Há uns dias, eu dizia a alguém que o Mr. Big estava a fazer pontaria aos meus dois órgãos vitais: o meu coração e o meu orgulho. Até ao momento, parece que só atingiu um. Mas eu, tal como os gauleses, continuo cheia de medo que o céu me caia na cabeça.
*The English Patient
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