Na cabeça das mulheres, quando nós, os malandros, não respondemos imediatamente às suas mensagens é porque estamos com essa entidade sinistra, de forma pouco definida a quem elas convencionaram designar como "a outra" ou, quando o caso é mais patológico, "essa vaca". Pode até ter ocorrido que estejamos a meio de uma operação à próstata, avisámos de manhã ao sair de casa "querida, vou ali fazer uma operação à próstata, aquilo é capaz de dar para chegar tarde". Não servirá de nada, mesmo que lhes mostremos o recibo do Curry Cabral, elas alegarão sempre que não lhes respondemos de propósito, que são os nossos joguinhos do costume, que estão lavadas em lágrimas porque nós somos uns monstros, que não conseguem viver com a sombra daquela nossa obsessão por enfermeiras. E a verdade, verdadinha, por muito que isto afecte a nossa imagem máscula, é que em noventa e sete por cento dos casos, quando não atendemos os telefones, quando não respondemos às mensagens é porque estamos numa mina a trezentos metros de profundidade, sem rede, ou então fomos vítimas de carjacking e estamos enfiados na mala do nosso próprio carro com os pulsos amarrados e sofremos incomensuravelmente mais com as sms assassinas que adivinhamos a chegar ao telemóvel que está em modo vibratório do que com o facalhão que o grandalhão de chapéu com pala virada para trás insiste em apontar-nos ao pescoço.
Os outros três por cento? Ora, não me perguntem isso agora..."
A coisa mais verdadeira escrita por um homem na blogosfera...
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