quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As mulheres são bicharocos muito estranhos

Eu, um dia, ainda hei-de entender esse fenómeno estranho que leva as mulheres a manter certos homens em banho-maria. Deixam-nos ali a marinar, ai não sei se quero, ai não sei se me apetece, à cautela não lhe digo que não, só para prevenir também não lhe digo que sim, faz de conta que somos só amigos enquanto eu vejo o que me apetece. E, quando os criaturos cansados de tanta vinha d'alhos, dão o grito do Ipiranga, ai vou ali e já venho, elas põem-se em sentido e, opsss que é lá isso, meu menino? Onde é que pensa que vai? Só, nesse momento, só com o 'vou ali comprar cigarros e já venho', é que a mulher olha, pela primeira vez, com olhos de ver para o desgraçado que mantinha ali no alguidar sabe Deus há quanto tempo. E, nesse momento, passa a ser um ponto de honra (i) cozinhá-lo ou (ii) voltar a pô-lo a marinar. Em circunstância nenhuma, mulher alguma pensa: "Ah coitado. Vai lá à tua vida que eu já te fiz perder tempo suficiente." Se aconteceu, eu nunca ouvi falar. Já ouvi, muitas vezes, foi: "Agora é uma questão de honra! Ele vai ser meu!"
E a única coisa que me apraz dizer, nestes momentos, é: A honra, no feminino, é uma coisa quase tão estranha como as próprias mulheres!

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