terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Dúvida (im)pertinente 2

Em que momento é que uma omissão passa a ser uma mentira? Será que é sempre uma mentira? Será que nunca é uma mentira? Será que só passa a ser mentira quando a pessoa de quem se esconde o facto, toma consciência da omissão? Será uma pessoa que omite um mentiroso com alibi?

11 comentários:

CybeRider disse...

A omissão é uma mentira sempre que o que omitimos nos diga respeito e tenhamos noção de que deveria ser do conhecimento do receptor, por poder afectar a opinião que tenha sobre nós.

Neste sentido, a pessoa que omite não é um mentiroso, é um cobarde. Ambos são detestáveis, escolhe tu o pior.

Mas há um caso em que a omissão é perdoável, e penso que será o único. É quando oculta algo de positivo a nosso respeito.

(Ou uma prenda de Natal que temos no armário, ou assim...)

Ana disse...

Se não é mentira, é muito próximo dela. A omissão, tal como a mentira, leva-nos a criar uma ideia errada sobre algo. Se nos omitem a verdade, poderão não estar a mentir no verdadeiro sentido da palavra, mas estão a "contar-nos" uma versão que não é a completa, logo influencia a nossa visão da mesma.

Para mim, a tua última frase é a que faz mais sentido. Omitir é apenas uma forma de se escapar à culpa da mentira.

sem-se-ver disse...

não é mentir. é omitir. simples.

(mentir é, se confrontado com a verdade, negá-la. simples.)

(há trezentas mil boas razões para omitir. para mentir, nem uma.)

(podia continuar com os parentesis, mas estes são suficientes)

Iceberg disse...

Caso prático estúpido, SSV:

2 amigos que iam todos os dias ao mesmo café juntos. 1 deixa de aparecer (eu disse que era estúpido, não disse?). Encontram-se na rua.

- Então não tens ido ao café?
- Não. Não tenho tomado café. A ver se um dia destes apareço por lá.
- Ok.

Passado 2 semanas, o 1ª vem a descobrir que o 2º tem ido todos os dias ao café duas ruas abaixo.

Nada houve que motivasse o afastamento dos dois amigos.

Foi uma mentira ou uma omissão?

sem-se-ver disse...

mentira, caramba! há dúvidas??? vide a definição - a ÚNICA que existe - no meu comentário anterior.

Sérgio disse...

Mentira, Mentira.
Sem dúvida.

CybeRider disse...

Então se eu me apaixonar e deixar de aparecer ao amigo -bonitão e conquistador, claro- porque embeicei e tenho medo de adversário à altura, isso é alguma falsidade?...

Isso é mero circunstancialismo, senão temos de considerar todas as nossas vicissitudes actos de contrição.

(Quê? O telefone do meu amigo?... Pois...)

Iceberg disse...

O amigo 1, quando confrontado pelo amigo 2 argumentou que não lhe havia dito que não tem ido ao café. Disse que não tem tomado café. Apenas não referiu que tem ido ao café habitual. Omitiu essa parte...

Iceberg disse...

Desculpem. Correcção:

"Apenas não referiu que tem ido a um café diferente do habitual. Omitiu essa parte..."

Iceberg disse...

Caso prático 2:

Um homem e uma mulher envolvem-se. Ele nunca lhe diz ter um relacionamento. Ela nunca lhe pergunta se existe outra pessoa.

CybeRider disse...

Caso prático 1, aplicado à minha história:

Essa omissão deriva do instinto de sobrevivência. Pela minha teoria, sendo um assunto que me diz respeito nada altera o que o meu amigo possa opinar sobre mim.

É claro que falo de um amigo meu. Temos de saber escolher os amigos, alguns melindram-se com pouco, mas esses não são meus amigos, ou porque desisiti deles ou porque desisitram de mim.

Caso prático 2:

Qualquer traição é uma mentira. Se o relacionamento for aberto e ambos souberem disso, qualquer omissão será em teoria irrelevante, mas isso dependerá dos termos subjectivos do contrato.