domingo, 26 de dezembro de 2010

Coisas que aprendi em 2010 - Junho

Ora foi em Junho que eu me comecei a aperceber da troca de papeis entre gajos/gaijas. Tudo começou no dia de Portugal, das Comunidades e de Camões quando dou por mim a jantar no Bairro Alto e sou confrontada com um gaijo abespinhadissimo porque o amigo dele se queixava que eu não lhe ligava nenhuma. Como sou mocinha de aprendizagem rápida, percebi que algo estava podre no reino da Dinamarca, que neste caso, se tratava mais do reino dos géneros.

Aprendi que ainda devia ter charme para dar e para vender uma vez que passei essa mesma noite sossegadinha encostada a um carro, em frente a uma banquinha, e tudo que era gaijo me meteu copos na mão. Uma vez que estava proibida de comer e beber fosse o que fosse a partir da meia-noite, todos os que me acompanharam nessa noite sairam de gatas do Bairro. Eu parecia a Duquesa de Kent de tão direitinha que estava.

Aprendi poucas horas depois o que era afinal uma anestesia geral. Coisa que eu mais gostei? De me acordarem da dita e me dizerem que estava tudo bem e que se eu pudesse podia dormir. Lembro-me de pensar que não tinha Picolé para ir buscar à escola. Não tinha trabalho. Não tinha faculdade para ir. Não tinha rigorosamente nada para fazer. E dormi. Dormi como não dormia há muito, muito tempo. Esqueci-me que os que estavam cá fora à espera de noticias não esperavam tanta dormitância. Após um pequeno motim, silencioso - não esquecer que estamos a falar de pessoinhas com a Mãe, a Avó e a Tia de todas as ressacas - tudo se resolveu.

Aprendi que nada sei dos homens, mas também fiquei a saber que se calhar é melhor não tentar entender. 

Aprendi que é possível eu estar imóvel e não enlouquecer (e ainda bem que ninguém que me conhece lê isto porque senão começava tudo a falar de 2 'alegados' pontos que se abriram porque houve gente que não descortinou bem o significado de imobilidade). 

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