Eu, hoje, não devia pensar em ti. Não devia mesmo.
Tenho outras coisas em que pensar. Tenho outras pessoas com que me entreter. Juro que tenho. Tanto que tenho que até me esqueço de me lembrar de ti. Longe vai o tempo em que me faltava o ar apenas porque a ideia de ti me vinha à cabeça. E, agora, penso em como eram ridículos os ataques que pânico que um dia tive. Como vês, passaste-me. Foste aquela febre que se instalou e que tanto me fez agonizar mas que um dia passa e, tu, passaste-me.
E, hoje, não era, definitivamente, dia de recaída. Não era e odeio-te por isso. Eu devia era pensar num gaijo grande que me vai bajular. Devia pensar em cromos que me vão cercar. Devia pensar nos romances que devia estar a viver. Devia pensar em todos os homens que me querem e a quem eu não me dou.
Mas não estou a pensar nisso, pois não? Hoje (de todos os dias, hoje) entraste-me no sistema. Detesto quando me entras no sistema sem eu programar e, hoje, entraste. De mansinho, na calada da noite, num sonho.
Alguém (não imagino quem poderia ser) me contava o que andavas a fazer. E eu lembro-me de pensar que não queria saber. E a pessoa insistia no quão boa pessoa eras, no tanto que trabalhavas, nas actividades extra que fazias altruisticamente e eu não queria saber. Eu queria que me dissessem que não prestavas e ficava cada vez com mais raiva proporcionalmente a cada elogio. E dizia a mim mesma que era um sonho. E pedia para acordar. E não conseguia. Era forçada a ver-te de longe (irónico?) a seres boa pessoa enquanto tudo me era minuciosamente relatado. E, claro, acordei furiosa e tu sabes que nunca é um bom dia quando acordo furiosa. Ou melhor, não sabes mas devias saber.
E andei assim, o dia todo a odiar-te de meia em meia-hora e a odiar o meu subconsciente de 15 em 15 minutos. E, hoje, eu não precisava disso. Porque estando ocupada com isso, não pude pensar em todas as coisas que me deviam ocupar a mente e isso aborrece-me.
Vamos, portanto, fazer um trato. Tu vais-te manter longe da minha mente e da minha vida e eu, em contrapartida, vou continuar a esquecer-te regularmente. De acordo? E, se eventualmente, não conseguires manter-te longe dos meus sonhos, nada de boas acções e santidades. Vamos antes limitarmo-nos a sexo desenfreado, ok? Até porque toda a gente que o meu super-ego é amiguinho e, assim, quando eu acordar toda a perda será superficial e amortizada pela ideia de que sexo é talvez a coisa mais fácil do mundo. Já o resto...
1 comentário:
Três palavras: A DO ROOOOOOOOOOO!
Clap clap clap!
Um escrita irrepensivel e um conteudo...bom... que poderia ter saido da ponta dos meus dedos se eu tivesse o mesmo talento! Genial!
Enviar um comentário