domingo, 14 de novembro de 2010

Eu não consigo ser tão fria quanto consigo convencer os outros que sou

Quando terminei a antiga 'casinha', expliquei o facto a um amigo de forma muito desapaixonada. Tão desapaixonada que, ele, que até àquele momento, me considerava uma sentimentalona dos quatro costados, me disse que eu parecia quase tão cínica quanto ele. O que, falando em termos de blogues, é bastante.
 
Mas depois, acontece-me como me aconteceu agora, e ao ver os links num blog vejo este e vejo o outro. E confesso que me assola a saudade. Eu era melhor ali. Muito melhor do que aqui. Onde esta pele ainda não me cheira a mim. Sinto-me como quando somos obrigados a mudar de casa e não lhe reconhecemos o cheiro quando entramos. Gosto deste blog. Fui eu que o fiz. Fui eu que escolhi o nome, o template, a forma. Mas gosto dele porque já não posso gostar do outro. E quando vejo o outro em tantos blogrolls ainda, interrogo-me se as pessoas ainda lá o têm com a esperança de que aquela casa volte a estar habitada.
 
E tenho medo. Tenho medo de nunca mais escrever tão bem quanto escrevi ali. Tenho medo que se me seque a inspiração. Tenho medo que o melhor tenha ali ficado.
 
É só um momento de fraqueza que eu depois empino o nariz e digo para mim a frase odiada e sigo em frente: um blog é só um blog, pá. Mas depois vem aquela sacana daquela vozinha pequenina que me murmura: pois é... mas aquele era o teu blog...
 
Pois era, mas já não é mais. Este é o meu blog. E está na hora de começar a interiorizar isso. Está na hora de começar a sentir o meu cheiro quando aqui entro. Está na hora de olhar aquele iceberg no header e reconhecê-lo como meu. Está na hora de deixar de me sentir convidada na minha própria casa. E está na hora, talvez, de abrir o Google Reader e ler aquele último post da outra casa para deixar de estar marcado a negro que foi coisa que eu ainda não tive coragem de fazer. While, I'm at it, está na hora de eliminar aquele blog do GR de vez.
 
Uma coisa é só isso mesmo: uma coisa. E são as pessoas que fazem as coisas. E a pessoa é a mesma. E será a mesma quer escreva aqui, quer escreva noutro lado qualquer.
 
Iceberg, foi o nome que escolhi. Está na hora de o reconhecer como meu. E está na hora de avançar e criar aquilo a que me propus: um novo lar!
 

8 comentários:

AnaA disse...

Isso só vai ao sítio com o tempo. Fui obrigada a fechar o blogue que mantinha há 3 anos e iniciar o que actualmente conheces. Até que aquele blogue me parecesse realmente meu levou mais tempo do que eu gostaria, mas actualmente é o meu e o outro é o passado.

Isso vai ao sítio :)

Fusão do Atomo disse...

Por vezes quando aqui venho, fico com a sensação que entro numa outra casa, e que a dona não é a mesma da "outra". Depois leio releio e cá está é a mesma pessoa.

Sentimentalona?
Fria?

Não me interessa, leio e na maior parte das vezes, gosto!

sem-se-ver disse...

sugestão:
não mudes o template. usa o que tinhas no outro.
vais ver que resulta, para te sentires mais em casa.
este está demasiado frio para ti.

AnaA disse...

Mas aí o blogue tornava-se facilmente reconhecível por quem não é suposto reconhecer, digo eu

sem-se-ver disse...

and so what ana? :) seria cá uma coincidencia virem parar aqui... por zeus.

Rita Camões disse...

eu sou daquelas k acredita que as casas são as pessoas k moram nelas, sem as pessoas as casas são só paredes:)
eu gosto de ti, de te ler, aqui, acoli e mais além...

Me 2.0 disse...

Eu quase que me atrevia a chamar-te.... tres letrinhas apenas...

Iceberg disse...

Não precisas de chamar nada, Carrie...

;)