sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

A felicidade está nas pequenas coisas

 

Há uns 30 anos, perdi um livro. Não sabia dele. Lembro-me que na altura me custou horrores tê-lo perdido uma vez que era uma das 'bíblias' do meu curso. Além de que tinha custado uma resma de dinheiro: 3160 escudos. Em português corridinho: para lá de 3 contos de reis!

Avançamos 30 anos...

No dia 2, tivemos um pequeno ajuntamento em casa do meu irmão. À saída, enquanto esperava as despedidas da praxe, vasculhava a estante do rapaz para me entreter, quando os meus olhos batem num livro igual ao que eu tinha perdido. Tirei-o da estante e, ao abri-lo, deparei-me com a declaração de amor eterno que alguém um dia me escreveu na primeira página. O meu livro perdido havia ficado para trás quando saí de casa e foi resgatado pelo meu irmão mais pelo seu amor à palavra escrita do que propriamente ao seu conteúdo. 

Lá dentro, uma verdadeira viagem ao ano de 1995 com a fatura do livro, o ticket de um jantar de bife à casa e imperial, diversos bilhetes de festas universitárias e o folheto do Metropolitano de Lisboa a anunciar a interrupção da circulação na estação do Marquês durante 3 meses para que o Metro passasse a ter 2 linhas.

E foi assim, meus pequenitos, olhando para aquela cápsula de 1995, que eu percebi que estou idosa, provecta, velha como as muralhas. Mas ainda assim, é capaz de ter sido o melhor presente de Natal que alguma vez poderia ter recebido.  

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Se eu tivesse twitter - 9

Eu trabalho com tanta gente que não deve ter o que fazer que estou capaz de oferecer rifas com tarefas cada vez que alguém me chateia a cornadura.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Sabem aquelas séries de espiões...

Em que dentro da própria organização há diversas fações rivais que passam o dia a refornicar-se uns aos outros e a esconder informação e a usá-la como moeda de troca em seu benefício?

Eu chamo-lhe Terça-feira.

Se eu tivesse twitter - 8

Os audiolivros são a melhor arma para enfrentar o trânsito. E quanto mais vampiros e tricot tiverem, melhor.

domingo, 5 de janeiro de 2025

Diz Que os Blogs são o novo chic...

Anda por aí uma maluca a escrever num blog que criou há 20 anos. À partida, isso seria uma actividade inocente e inconsequente para a restante população mundial. O problema é que, nós - aqueles que também criaram blogs há 20 anos - não somos invejosos mas quando vemos aos outros também queremos. Ao fim ao cabo, quantas vezes já não tentámos ressuscitar os (nossos) blogs desde o advento da redes sociais?

Lendo para trás, a minha última tentativa foi no início da quarentena. Ainda pegou por uns dias, mas é (era?) um exercício solitário e, para exercícios de escrita solitários, não precisamos de um blog. Mas cada vez que alguém fala nos blogs, não há como não nos sentirmos como leais vassalos a ouvir o chamamento para a guerra. Vestimos as nossas armaduras, pegamos nas espadas e marchamos fieis à nossa crença.

Nem que seja para voltarmos para os nossos cadernos, derrotados e com as armaduras andrajosas e destruídas, algumas semanas depois. Mas durante umas semanas - ah, durante umas gloriosas semanas! - acreditamos e lutamos nesta guerra que tanto gozo nos dá. 

segunda-feira, 30 de março de 2020

Diário de uma Quarentena - Dia 19

Há 5 anos quando comecei a ver o The Last Ship, tinha, como preocupação primordial, saber quando é que o Eric Dane tiraria a camisa.

Era tudo muito exagerado. Ele havia Hitlers Negros, ele era gente de máscaras, ele era gente a morrer e cidades abandonadas. Acabei por desistir a meio da primeira temporada.

Comecei esta semana a rever a série. O sacana do Eric Dane continua a não tirar a camisa mas isso já não me ocupa os pensamentos. Olha para as cidades desertas na televisão e vejo o nosso mundo. Olho para os Hitlers Negros e vejo alguns líderes das nossas nações. Olho para a central eléctrica de Baltimore a ser alimentada por cadáveres e temo o nosso futuro.

Há 5 anos, desisti de ver a série porque era demasiado fantasiosa. Hoje, vejo-a porque me parece perigosamente perto da realidade.

domingo, 29 de março de 2020

Diário de uma Quarentena - Dia 18

Independentemente do credo, fé ou religião, esta imagem vai-nos acompanhar o resto da nossa vida.

Papa Francisco reza a missa numa praça vazia.

sábado, 28 de março de 2020

Diário de uma Quarentena - Dia 17


Os dias do fim de semana são preenchidos com jogos de tabuleiro. Há tempos para dar atenção aos miúdos e perceber o quanto eles têm reagido bem a tudo isto.


Obviamente, Picolé segue as pisadas de sua mamãe e está à beira de se tornar um pikeno psicopata, mas isso agora não interessa nada.

A meio de um jogo de Monopólio fazem-se alianças. Chega a vez de eu jogar. Estamos a levar uma coça monumental, eu e o Mini. Paro para pensar. O Gaijo-Que-Dorme-Comigo começa a mandar vir que estamos a demorar muito tempo. Picolé põe-lhe a mãozorra no ombro e diz-lhe: 

"Caaaaalma... Não vês que eles estão a contar quantos rins ainda têm para vender entre os dois?"

Sacana...